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A chave é simplicidade...

Mais uma noite nos reencontramos. Um evento inicialmente calmo mas inesperadamente os ânimos se entusiasmaram. Mesmo assim, no meio do frenesim da pista, em horas altas, o sorriso de Nanda faz-me divagar. Relembro as memórias dos bons momentos em comum e toda a sedução improvável.

Faz pouco mais de um ano que fomos apresentados. Neste mesmo espaço, actualmente o nosso clube de eleição. Era noite de aniversário, casa cheia. Comemoração excelente para conviver, divertir, conhecer pessoas. Acabamos por usufruir toda a noite em conjunto sem que nada tivesse  sido planeado. Não nos largamos com desejo de usufruir de tanta empatia.

Sabia que os iríamos encontrar mas as expectativas eram muito diminutas, talvez não passássemos além de um "Olá". A imagem que Francisco me transmitiu em tempos, numa mera conversa online, fazia-me crer ser uma pessoa extremamente arrogante e presunçosa. Características, agora, completamente incompatíveis com o casal doce e desejado que se tornou. Desvantagens deste mundo virtual, principalmente para as mentes férteis que tentam imaginar o que estará para além de uma frase fria.

Nessa noite, não exploramos limites na intimidade, mas foi a primeira vez em que vontade não faltou logo no primeiro encontro. A voz melodiosa de Nanda, o sorriso e as curvas ideais escondidas no vestido preto subtil  superavam apenas um pouco a simpatia e alegria de Francisco, o cabelo sedoso de madeixas de charme, as mãos suaves e discurso coerente, assim nos seduziram com toda a naturalidade.
Já dizia Leonardo da Vinci - "A simplicidade é o último grau de sofisticação"- e, sem duvida, estes novos amigos demonstram a sapiência deste conhecimento milenar.

Hoje, as circunstâncias apenas nos possibilitaram a intensidade máxima a quatro numa dança no varão. É sempre muito fascinante cada momento destes. Nanda e Francisco foram "aprisionados" no centro da pista para que eu e o meu mais que tudo de forma ritmada e sensual os explorássemos. As minhas mãos passeiam por Francisco, enquanto o devoro com o olhar e abrando a tesão em beijos suaves pelo pescoço e boca. Do lado oposto Nanda recebe o mesmo carinho e dedicação. 

Quem nos incentivou para este cenário libidinoso não imagina que assim foi que firmamos o desejo entre os quatro num reencontro, poucos meses mais cedo. Na altura, o ambiente estava mais tranquilo mas entre nós estava instalado o frenesim da luxúria iminente. Assim que escapamos pelo labirinto entregamo-nos ao prazer sem muitas palavras trocadas.  

X-art.com
Os beijos exploradores de Francisco, as mão suaves a invadirem o meu vestido, enquanto de frente, bem coladinha a mim, tinha Nanda. Também ela recebia a mesma atenção do meu parceiro de vida. Vê-la perder a postura estava a endoidecer-me mais ainda. Ambas cedemos em beijos quentes, até que, surpreendentemente, me puxa o decote do vestido e abocanha um mamilo. Não verbalizei mas mentalmente  surgiu um impropério, pela mestria até então nunca sentida por uma mulher. Em simultâneo a mão de Francisco explorava a minha humidade e as respirações aceleravam em sintonia.

Decidimos continuar num quarto. Não havia mais pelo que adiar.
O quarto vermelho, a cama redonda, a cadeira erótica detalhes que apenas enalteceram a luxúria vivida nessa noite. Uma empatia a quatro inigualável. Muitas  vezes ja havíamos idealizado  tal cumplicidade mas ... Algo, na minha mente, difícil  de concretizar sem uma amizade sólida. Assim se quebram preconceitos. Nanda e Francisco perdem as maneiras delicadas para dar força a expressão de tesão. Francisco tem cheiro e sabor doce, tal como as mãos delicadas que me  e arrepiam a pele. Ver e ouvir Nanda ser possuída enquanto solta uma obscenidade em plena loucura é inesquecível e sempre fascinante por cada vez que repetimos. Simultaneamente era tomada por trás por Francisco na cadeira onde ambos tínhamos uma visão privilegiada da partilha  dos nossos amantes. Por isto e por muito mais é sempre difícil resistir quando nos juntamos. Hoje as circunstâncias criaram a resistência mas terá sido excepção.

Amigos de doçuras e loucuras, humanos, casal unido e naturais... simplesmente fomos seduzidos. O encanto repete-se por diversas vezes e desejamos que assim se mantenham os nossos encontros descomplicados e revigorantes.

Comentários

  1. Lindíssima narrativa que retrata fielmente os belos momentos que partilhamos juntos e que nos fez reviver algumas peripécias inesquecíveis.
    Aquele frenesim na cadeira erótica e na cama redonda, do "famoso" quarto vermelho, em simultâneo, nunca serão esquecidos, provavelmente serão repetidos até à exaustão...
    Só temos uma coisa a acrescentar, obrigado por serem tão genuínos...

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  2. Espectacular! Mto bem escrito e transmitido. Bem hajam AM's...

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